O Cassino de Andrucha
Diretor premiado em Cannes com ‘Eu, tu, eles’ salpica sua autoralidade na cinebiografia de Chacrinha, que eletrizou o Festival do Rio à força de uma atuação monumental de Stepan Nercessian
por Rodrigo Fonseca
03 de novembro de 2018
“Como todo bom autor, Andrucha, sempre cuidadoso na composição dos planos, traz a patota de sempre consigo: de sua série médica “Sob Pressão” vieram Pablo Sanábio (em duplo papel) e Thelmo Fernandes, perfeito na pele do Boni. A partir dele, a História desfila seu H maiúsculo na tela de “Chacrinha – O Velho Guerreiro” fazendo desta micareta emotiva uma aula sobre memória da TV, do rádio, da resistência.”
Crítica | Chacrinha: O Velho Guerreiro leva o espectador para dentro do Cassino
A relação de Abelardo com o Boni (Thelmo Fernandes) também foi um dos pontos chaves do filme, o então braço direito da Rede Globo tinha vários conflitos e questionamentos artísticos com o apresentador, por muitas vezes o roteiro se dividia entre colocar o Boni ou o chacrinha como o carrasco nessa conturbada relação, deixando para o espectador tirar suas próprias conclusões, já que os dois eram pessoas de personalidades fortes.
CRÍTICA: Chacrinha, O Velho Guerreiro (2018)
O ponto alto do filme é a sua relação conflituosa entre Chacrinha e Boni, duas figuras emblemáticas do repertório brasileiro. Thelmo Fernandes aparece como o vilão da trama, o contraponto do nosso herói, mas na verdade, a dobradinha entre os dois e o laboratório que o ator fez com o próprio Boni, mostra o quanto a parceria entre eles ampliou ainda mais a imensa popularidade deste fenômeno nacional.